Mais uma vez vamos falar sobre o descaso com que se está sendo tratado o patrimônio do povo brasileiro no que se diz respeito à venda de ativos da Petrobrás, no âmbito do desinvestimento em usinas termelétricas.

 

Ao anunciar a “Aliança Estratégica” com a empresa Total, detentora de sérias acusações de corrupção ao redor do mundo (http://www.independent.co.uk/news/business/news/total-charged-with-corruption-over-iraqi-oil-for-food-project-1937547.html e https://www.ft.com/content/f947ab18-749b-11e4-8321-00144feabdc0?mhq5j=e1 ), a Petrobrás parece não ter aprendido bem a escolher seus parceiros de negócios e continua a insistir no erro.

 

Recentemente a empresa amargurou um prejuízo de quase 160 milhões de reais em operações financeiras para vender a usina termelétrica Termobahia, por valor não divulgado dentro do pacote de alienação de ativos junto à Total. O fato passou quase despercebido mediante um pequeno comentário no balanço do último trimestre de 2017 (pág. 27, disponível em http://www.investidorpetrobras.com.br/pt/resultados-financeiros/holding )

 

No final da primeira quinzena de junho (13), foi realizada uma reunião do Conselho de Administração da Termobahia, presidida por gerentes executivos e gerais da companhia, onde foi oficializada a operação financeira que gerou o prejuízo homérico à Petrobrás, apenas para satisfazer os interesses obscuros daqueles que tem algo a ganhar com essa alienação. Pelo lado da companhia, ela já começou perdendo!

 

Envolvida em denúncias de corrupção pelo mundo, em especial no programa Food For Oil, do governo do ex-ditador Saddam Hussein, e no Iran, tendo celebrado acordos milionários de leniência, a Total vem para fazer parceria com a Petrobrás que, coincidência ou não, antes mesmo do negócio se concretizar de fato, já foi limada em mais de uma centena de milhão de reais.

 

O curioso é que a Petrobrás tem divulgado na mídia, para seus acionistas, administradores e sociedade o empenho que ela tem tido no debate a corrupção, inclusive criando uma área de governança forte para evitar que as fraudes aconteçam. Todavia, ao mesmo tempo ela realiza parcerias sem ter o mesmo critério e cuidado, como é o caso da Total.

 

Na verdade, essa história de que está investindo em governança e em melhorias dos sistemas internos, é só uma estratégia para poder vender a empresa. Em suma, o discurso da Petrobrás é de que está protegendo a companhia, combatendo a corrupção, melhorando os processos, mas no momento que o interesse é outro, ela fecha os olhos para esse debate.

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