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A Petrobrás e as parcerias internacionais

A Petrobrás é uma empresa estatal crucial para o desenvolvimento do Brasil, tanto que, no começo deste ano, ela anunciou que se tornou a maior produtora de petróleo do mundo entre empresas de capital aberto. Em um ambiente tão estratégico e competitivo como o que configura o setor energético, a companhia apresenta-se como um ator global de extrema relevância, afinal ela investe em pesquisa e desenvolvimento, que garante a efetividade de seus processos de inovação tecnológica. Entretanto, devido à interdependência econômica que rege as relações entre os mais diversos atores internacionais, a estatal necessita de parcerias com muitos deles, para poder expandir ainda mais.

Dentre os atores mais significativos para garantir a continuidade dos projetos da empresa, situam-se as universidades e os centros de pesquisa em todo o mundo. Em fevereiro deste ano, a companhia divulgou que possui mais de 300 convênios com essas instituições, que contribuem para alavancar o conhecimento e a tecnologia em uma série de setores, especialmente naquele de exploração e produção. Além disso, há ainda parcerias com organizações estrangeiras, com as quais a companhia desenvolve projetos para desenvolvimento conjunto de tecnologias – os Joint Industry Project (JIP) – por exemplo, sistemas de perfuração e sistemas de captura e armazenamento de CO2. Por fim, acordos com instituições financeiras estrangeiras também têm tido papel importante.

Em 2012, reportagem do jornal O Globo afirmou que o governo via como essencial a aceleração da negociação de parcerias internacionais pela Petrobrás, como forma de cumprir os compromissos das obras das refinarias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ultimamente, a estatal tem obtido empréstimos com bancos de fomento, sobretudo de países asiáticos, como o Japão e a China. Isso é consequência da aproximação política do governo brasileiro com esses países, que resulta em maior cooperação na área de energia. Segundo matéria do jornal Valor, de 16 de julho de 2013, a companhia assinou parceria estratégica, em 2012, com o Japan Bank for International Cooperation (JBIC) e, em 2013, assinou contrato para obter linhas de crédito no valor de US$ 1,5 bilhão. Neste ano, a Petrobrás já anunciou um contrato de financiamento com o Banco de Desenvolvimento da China, no valor de US$ 3,5 bilhões, e está, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, de 03 de julho de 2015, negociando com investidores chineses um aporte financeiro para poder concluir as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ). Esses acordos têm implicações importantes para a empresa.

Diante do quadro atual, em que se insere um grande plano de desinvestimentos, esses tipos de acordos apresentam-se como instrumentos importantes de minimização de impactos, já que podem preservar, de certo modo, o fluxo de investimentos em setores importantes da companhia, tanto na área de refino quanto em obras de infraestrutura. Apesar de a Petrobrás ter de se expor à instabilidade da lógica do mercado, nesse caso as parcerias internacionais podem contribuir para o desenvolvimento nacional.

A elaboração do último Plano de Negócios, que anunciou uma previsão de desinvestir em larga escala, demonstrou ser um equívoco, porque acaba aumentando a dependência dos financiamentos externos. Desse modo, o problema não é contrato de empréstimo de bancos estrangeiros ou a obtenção de linhas de crédito por meio de outras instituições, mas sim essa alta dependência, fruto de más decisões políticas. Se fosse mantida a política de fortalecimento da estatal, preservando os investimentos em setores estratégicos, sem colocar em risco a política de conteúdo local, que desenvolve a indústria nacional, os acordos com agentes econômicos externos seriam ferramentas meramente complementares, não as principais.

Dessa forma, as parcerias internacionais da Petrobrás poderiam, inclusive, servir como elementos indutores para o estabelecimento de uma indústria de bens de capital nacional bastante forte; entretanto, para isso, o Estado deveria exigir todas as contrapartidas necessárias para que se resguardasse a autonomia nacional, de modo a não prejudicar a indústria e os trabalhadores brasileiros.

Conselheiros fazem visita à Temadre

Hoje pela manhã, fizemos um Ato em Defesa da Transpetro e setoriais no Suape, SEGÁS e Porto do Mirim, em Madre de Deus, junto com o Conselheiro de Administração Eleito da Transpetro, Raildo Viana, e diretores do Sindipetro Bahia nessa base. Excelente receptividade dessa importante base da Transpetro no Brasil. Ouvimos as demandas e esclarecemos algumas dúvidas de 6:30h às 13h com boa participação da categoria.

JUNTOS somos mais FORTES!

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Deyvid

Resumo da semana de 10 a 16 de agosto

Iniciamos a semana fazendo uma visita a RLAM e distribuindo o Jornal Diálogo, para o pessoal do Regime Administrativo e das turmas 5 e 1 do turno.
Nas 2 horas de distribuição e conversas com trabalhadores e trabalhadoras dessa importante base da Petrobrás na Bahia, ficou claro para mim, Agnaldo dos Anjos Santos e Rosangela Maria, diretores do Sindipetro Bahia, que a preocupação e temor diante das repercussões das decisões do CA da Petrobrás e da atual conjuntura que estamos envolvidos devem ser o mote de uma Greve por Tempo Indeterminado.
Vamos à luta, pois “A LUTA CONTINUA”, não pára!

Ainda na terça-feira (11.08), participamos da Plenária de Militantes dos movimentos sindical, social e popular. O objetivo do evento foi mobilizar nossas bases de militantes dos movimentos sindical, social e popular para um grande ato em defesa da democracia no dia 20/08.
Estamos na construção do nosso grande ato cívico e cultural em defesa da democracia.

11.08

Dia 13, depois do Ato contra a Privatização da PetroBRás Distribuidora, lá no STIEP, participamos de uma boa mesa sobre “O sistema energético e a construção de uma nação justa, soberana e sustentável”, no Encontro Nacional de Engenharia e Desenvolvimento Sustentável, que ocorreu na UFBA com estudantes de Engenharia de todo Brasil.
Mesa redonda com a companheira Marta do MAB, o professor Dr. Mário da UNILAB e Deyvid Bacelar do Sindipetro Bahia.
” Energia não é mercadoria “!

13.08

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Encerramos a semana participando do 1° Encontro de Conselheiros de Administração Eleitos pelos trabalhadores, no Rio de Janeiro, onde debatemos a conjuntura e os atuais problemas das estatais, empresas públicas e de capital misto.
Com a presença de 13 conselheiros e 1 conselheira conseguimos tirar alguns encaminhamentos e ações conjuntas com o objetivo de evitar a privatização e desmonte dessas empresas, que têm um importantíssimo papel social para o Brasil e os Brasileiros:
– criação do Fórum dos Conselheiros de Administração Eleitos em Defesa do Patrimônio Público;
– elaborar um documento (carta aberta) do Fórum;
– realizar o 2° Encontro dos Conselheiros no dia 21/09, em Brasília;
– participar do seminário realizado pelo DEST com os Conselheiros indicados pelo governo no dia 22/09, em Brasília;
– agendar reunião com a Senadora Fátima Bezerra (PT) e o Dep. José Aleluia (DEM) sobre o PL 6051, em Brasília no dia 22/09;
– agendar reunião com o DEST e Secretaria Geral da República para entrega de um documento com propostas do Fórum ao Acionista Majoritário (Governo Federal) com base na Lei 6404, no dia 21/09 em Brasília.
JUNTOS somos mais FORTES!

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Resumo da semana de 03 a 09 de agosto

Iniciamos mais uma semana participando da reunião ampliada do Conselho Deliberativos da FUP com a presença de, pelo menos, 5 dirigentes sindicais de cada um dos seus 14 sindicatos filiados.
Pela manhã, tivemos uma Análise de Conjuntura (com Toninho do DIAP) e, à tarde, Avaliação da Greve de 24hs e das assembleias.
Reunião que se estende até sexta-feira com várias atividades e atos em Brasília e fecha com encaminhamentos sobre os Rumos da Campanha Reivindicatória da Categoria Petroleira.
Análise e planejamento para enfrentar os dias difíceis que vivenciamos e os piores que se aproximam.

03.08

Na terça-feira, dia 04 de agosto, organizamos uma recepção calorosa dos Petroleiros e Petroeiras aos parlamentares, principalmente aos senadores que farão parte da Comissão Especial para discutir o PLS 131/2015 que quer tirar a operação única da Petrobrás nos campos do Pré-Sal.
“Está em curso no país uma tentativa de derrubar uma das principais conquistas do Povo brasileiro: a Lei da Partilha (12.351/2010), que criou regras para a exploração do pré-sal”.
Essa mudança proposta pelo senador tucano José Serra, significa imensos prejuízos para a sociedade com menos recursos para a Educação e Saúde.

04.08

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Dia 05, participamos da instalação da Comissão Especial para Análise do Projeto de Lei do Senado 131/2015 do senador tucano José tarjapreta, que quer tirar a operação única do Pré-Sal das mãos da Petrobrás.
A primeira reunião começou e terminou tensa por causa da ação unilateral do Presidente do Senado, Renan Calheiros, que indicou os senadores Otto Alencar e Ricardo Ferraço para a presidência e relatoria da reunião; apesar da opinião contrária da maioria dos senadores e senadoras que fazem parte dessa comissão pelo fato de nem o critério da proporcionalidade dos blocos políticos ter sido respeitado.
Pelo jeito, os trabalhos da Comissão Especial serão extremamente disputados por causa dos interesses das empresas multinacionais de petróleo que querem a operação dos campos de petróleo no Pré-Sal brasileiro.

05.08

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Finalizamos a quinta-feira após mais uma reunião do Conselho de Administração da Petrobrás, indignado com algumas decisões tomadas pela maioria dos conselheiros.

06.08

Após uma semana de trabalhos intensos em Brasília com protesto no Aeroporto, reunião ampliada do Conselho Deliberativo da FUP, reuniões com senadores e reunião do Conselho de Administração da Petrobrás, finalmente, pude conhecer a famosa Torre de TV e apreciar a cidade símbolo do Centro dos Poderes do Brasil de um ângulo e com olhar diferente.
Bela cidade, onde decisões aqui tomadas trazem consequências positivas ou negativas para nós, Povo Brasileiro. A FUP e seus sindicatos estarão aqui por um bom tempo para Defender a Petrobrás, o Pré-Sal e a Soberania Nacional.
“A Luta Continua”!

07.08

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A importância estratégica do sistema de cessão onerosa

Atualmente, existem três sistemas por meio dos quais ocorrem as atividades de exploração e de produção de petróleo no Brasil: concessão, partilha e cessão onerosa. Os dois últimos foram criados em 2010, com o intuito de evitar que os recursos energéticos, sobretudo nas áreas do pré-sal, fossem apoderados somente pelo capital internacional. Nesse sentido, para que um projeto desenvolvimentista – que prioriza interesses nacionais estratégicos – triunfe, em detrimento de projetos neoliberais, é preciso defender a importância do sistema de cessão onerosa, afinal ela significa a transferência de certas reservas da região do pré-sal para a Petrobrás, sem a necessidade de licitação pública. Dessa forma, segundo a Lei 12.276/2010, a companhia pode exercer “atividades de pesquisa e lavra de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos”, ou seja, por meio da cessão, ela torna-se proprietária desses combustíveis; porém, em contrapartida, a Petrobrás deve efetivar o pagamento da cessão “prioritariamente em títulos da dívida pública mobiliária federal, precificados a valor de mercado”.

Esse pagamento por meio de títulos refere-se ao processo de capitalização da Petrobrás, planejado em 2010, e que serve para que a empresa emita ações para que possa angariar recursos, com vistas a garantir novos investimentos estratégicos. A descoberta do pré-sal apresentou a necessidade de realizar essa operação, considerada mais vantajosa do que outras alternativas, como empréstimos junto a bancos, os quais aumentariam ainda mais as dívidas da empresa. O governo, por meio da cessão onerosa, limitou a produção a 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural nos blocos de Franco, Florim, Nordeste de Tupi, Sul de Tupi, Sul de Guará, Entorno de Iara e Peroba. Segundo informações da BBC, o preço definido de cada barril, ainda em 2010, foi de US$ 8,51 e considerado desinteressante pelos acionistas e mais vantajoso para o governo, já que ele tem impacto direto no valor das ações. Desse modo, o governo pode manter ou até aumentar sua participação no capital da Petrobrás sem gastar dinheiro ou emitir mais títulos da dívida pública, porque esses já foram concedidos pela União durante o processo de capitalização e serão recebidos em troca no pagamento da cessão onerosa.

Em 2014, a Petrobrás divulgou nota afirmando que o Conselho Nacional de Política Energética “aprovou a contratação direta da Petrobras para produção do volume excedente ao contratado sob o regime de cessão onerosa em quatro áreas do pré-sal – Búzios, Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi”. Segundo a nota, essa produção adicional prevê – além dos 5 bilhões de barris permitidos no sistema de cessão onerosa – volumes de entre 6,5 bilhões e 10 bilhões de barris em Búzios, entre 2,5 bilhões e 4 bilhões de barris em Entorno de Iara, 300 milhões e 500 milhões de barris em Florim e entre 500 milhões e 700 milhões de barris em Nordeste de Tupi e dar-se-á sob o regime de partilha, por meio do qual a União receberá parte do excedente em óleo: R$ 2 bilhões no ano de 2015, R$ 3 bilhões em 2016, R$ 4 bilhões em 2017 e R$ 4 bilhões no ano de 2018.

Isso mostra que o sistema de cessão onerosa é fundamental para o desenvolvimento do Brasil, porque garante a operação de 100% da Petrobrás nos campos de produção de petróleo, sem a necessidade de licitação; e, por meio do processo de capitalização, permite maior sustentabilidade dos modelos de financiamento, já que, ao invés de se adequar a uma lógica mais voltada para o mercado, como a emissão de debêntures, prevê o pagamento por meio de títulos públicos, que possibilitam que a União aumente sua participação como acionista majoritário no capital social da empresa. Nesse sentido, segundo informações do DIEESE, pela cessão dos 5 bilhões de barris, o pagamento da Petrobrás ao Tesouro Nacional foi de R$ 74,8 bilhões, e o Estado, em contrapartida, adquiriu ações, que aumentaram sua participação no capital da companhia de 39,8% para 49%.

O modelo de cessão onerosa, portanto, garante à sociedade brasileira a exploração do pré-sal, porque a Petrobrás detém 100% da operação dos blocos cedidos e porque aumenta o papel do Estado no aproveitamento dos recursos naturais. Além disso, fortalece ainda mais o fundo social do pré-sal, já que incorre em mais recursos, que serão destinados às áreas de saúde e educação, permitindo maior desenvolvimento e a preservação da soberania energética nacional.

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