Por Valor Online / Uol

Sindicatos de petroleiros estão articulando a realização de uma greve de cinco dias de duração em seis Estados (Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará) contra a estratégia da Petrobras de vender seus campos terrestres.

A ideia é fazer uma paralisação nas bases que atuam justamente nesses campos, que produzem hoje cerca de 180 mil barris diários, ou quase 9% da produção total da petroleira.

Segundo Deyvid Bacelar, coordenador do sindicato dos petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) e ex-integrante do conselho de administração da Petrobras, a expectativa é que a greve ocorra entre o fim de julho e o início de agosto, às vésperas das Olimpíadas. “A ideia é ir aumentando o movimento até fazermos uma greve por tempo indeterminado, que vai acontecer neste ano”, afirmou.

De acordo com ele, na Bahia, duas das seis bases já aprovaram a greve. As outras quatro realizarão assembleias para deliberar sobre o assunto até terça-feira da próxima semana.

Bacelar foi um dos principais articuladores da greve realizada em novembro do ano passado, que durou cerca de 20 dias e afetou 5% da produção da Petrobras naquele mês. Na ocasião, o movimento reivindicava reajuste salarial e protestava contra o plano de desinvestimentos da Petrobras e o projeto de lei de autoria do senador José Serra (PSDB-SP) que prevê o fim da exclusividade da estatal na operação do pré-sal, proposta que está avançando no Congresso.

O alvo da greve que está sendo costurada agora é o chamado “Projeto Topázio”, no qual estão sendo ofertados ao mercado 104 concessões de campos terrestres, que produzem cerca de 35 mil barris diários. Os campos estão distribuídos em dez polos produtores espalhados pelos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Espírito Santo. Estima-se que esse conjunto de ativos renda entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões para a Petrobras.

Com relação aos possíveis efeitos da greve, a Petrobras tem dedicado especial atenção à curva da produção petróleo deste ano. O objetivo da companhia é alcançar pelo segundo ano consecutivo a meta traçada para o ano, de 2,145 milhões de barris diários. A média dos primeiros seis meses do ano está em 2,056 milhões de barris diários – abaixo da meta. A companhia, porém, prevê colocar em operação 11 poços produtores ainda neste ano, o que deverá acelerar a extração de óleo no segundo semestre.

No ano passado, a petroleira alcançou a meta (2,125 milhões de barris diários) pela primeira vez em 13 anos. O entendimento da companhia é que alcançar a meta é essencial para manter a confiança e a credibilidade dos investidores.
Petrobras: Sindicatos tentam greve em 6 Estados contra venda de ativos http://economia.uol.com.br/noticias/valor-online/2016/07/14/petrobras-sindicatos-tentam-greve-em-6-estados-contra-venda-de-ativos.htm

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