No início de 2016, a agência de rating Moody’s rebaixou a classificação da petroleira americana Chevron de Aa1 para Aa2 e ao mesmo tempo manteve a classificação da Exxon, maior petroleira americana em AAA, ou seja, o nível máximo.
Em fevereiro de 2017, a mesma Moody’s elevou a classificação da Petrobras de B2 para B1, ainda fora da zona de “grau de investimento”.
Entre a classificação da Petrobras (B1) e da Chevron (Aa2), existem 11 níveis de diferença.
Para verificar a razoabilidade disso vamos analisar alguns dados financeiros auditados e publicados por estas empresas.
Começamos pela Geração Operacional de Caixa, que são os recursos que sobram depois de cobertos todos os custos e despesas e que podem ser utilizados para investimentos e/ou amortização de dívidas:
Fica claro que as grandes petroleiras americanas sofreram enormemente com a queda no preço do petróleo, o que não ocorreu com a Petrobras, que não tem suas receitas vinculadas ao preço internacional do barril, e mantém a geração de caixa estável durante todo o período analisado.
Se olharmos a receita de vendas destas empresa em 2016 teremos Chevron US$ 110,2 bilhões, Exxon US$ 226.1 bilhões e Petrobras US$ 81,4 bilhões.
Dividindo a geração operacional pela receita de vendas nós teremos a rentabilidade financeira de cada uma : Chevron 11,7%, Exxon 9,7 % e Petrobras 32,1%.
Portanto a Petrobras é 3 vezes mais rentável que as grandes petroleiras americanas.
Agora vamos verificar a capacidade destas empresas para o cumprimento de seus compromissos de curto prazo (um ano). Isto é verificado pela liquidez corrente, que é a divisão do ativo corrente pelo passivo corrente:
De longe a Petrobras é a empresa mais tranquila para o cumprimento de seus compromissos nos curto prazo. Para cada US$ 1 que tem a pagar, a empresa dispõe de US$ 1,8. Já Chevron e Exxon para cada US$ 1 que tem a pagar, dispõem de apenas US$ 0,9, No popular “estão vendendo o almoço para comprar a janta”
Vamos ver também o saldo de caixa de cada empresa ao final de cada ano:
A Petrobras sempre mantem um caixa mais elevado que o das grandes petroleiras americanas. De 2014 para cá a diferença é gritante.
Olhando o quadro de Usos e Fontes do Plano de Negócios e Gestão – PNG 2017-2021 da Petrobras, mostrado a seguir, podemos verificar que se a Petrobras mantivesse um saldo de caixa no mesmo nível da maior petroleira americana, a Exxon, não seria necessário vender nenhuma ativo, bastaria utilizar o caixa existente, para atingir a absurda meta de alavancagem de 2,5 , que é o principal e ridículo objetivo do novo PNG.
Fica evidente que a venda de ativos da Petrobras atende a interesses ainda não claramente explicitados. Quais forças estão atuando para levar o presidente da empresa Pedro Parente, a mentir escandalosamente dizendo que se não vender ativos vai precisar de aportes do Tesouro?
È sempre bom lembrar o artigo escrito pelo Carlos Alberto Sardenberg no final de abril de 2016 no qual ele afirma: “Quebraram a estatal, só não fez um acordo judicial porque é uma estatal, mas vai precisar de aportes do governo para sobreviver”.
Pois bem, 2016 terminou, não houve acordo judicial e muito menos aporte do tesouro, pelo contrário, a Petrobras reduziu sua dívida em US$ 8 bilhões, e, por imposição do governo, adiantou R$ 20 bilhões ( US$ 6 bilhões) para aliviar o caixa do BNDES. Mesmo assim a companhia terminou o ano com um caixa de US$ 21,20 bilhões como visto acima.
Carlos Alberto Sardenberg não se retratou. Denegriu o nome da empresa, distorceu a opinião pública e ficou tudo por isto mesmo.
Quem sustenta toda esta campanha sórdida? Quem está lucrando com isto? Uma nova Lava Jato seria muito pouco para apurar tudo que a Petrobras e o Brasil estão perdendo com este projeto lesa-pátria. A nação precisa reagir imediatamente.