A última reunião do Conselho Deliberativo não trouxe grandes mudanças estruturais no atual caminho traçado pela gestão da Petrobrás, mas sinalizou que a pressão exercida pelos trabalhadores tem produzido alterações pontuais na política de desinvestimento da companhia. Em primeiro lugar, seguindo o exemplo da parceria realizada em outubro com o banco chinês, Industrial and Commercial Bank of China Leasing, que possibilitou a entrada de financiamento de US$ 2 bilhões, a Petrobrás tem buscado novas possibilidades de negociação com o mercado chinês a fim de atrair novos recursos para a companhia. Em segundo lugar, a companhia tem criado canais de negociação para realizar parcerias entre as áreas de E&P e obter novos financiamentos com baixo risco para a companhia. Em terceiro e último lugar, a Petrobrás tomou uma importante decisão de realizar um aporte de recursos na PBio, embora ainda não esteja descartada a possibilidade de venda futura de parcela desse ativo. Somente a pressão dos trabalhadores e a atuação do movimento sindical possibilitarão que esses movimentos possam ser evitados no médio prazo. De todo modo, a iniciativa mostrou-se importante, uma vez que alguns países – como a Holanda – apontou interesses em realizar parcerias com o Brasil para o desenvolvimento do setor de biocombustíveis. De acordo com matéria do periódico especializado, JornalCana, com essa parceria, “a expectativa é de um salto de qualidade na colaboração Holanda-Brasil. O programa prevê a participação de agências de fomento, universidades, institutos de pesquisa e empresas”.

Mesmo com a discussão das novas FORMAS de financiamento da companhia, tenho insistido que a Petrobrás continue estruturando novas MANEIRAS de atrair recursos para a companhia visando sustentar os investimentos fundamentais para o desenvolvimento da Petrobras e do Brasil. Sobre alguns temas discutidos pelos trabalhadores, torna-se importante esclarecer dois pontos: primeiro, que ainda não foi tomada nenhuma nova decisão pelo Conselho de Administração em relação a reestruturação organizacional, apesar da série de especulações sobre as possíveis mudanças na companhia; segundo, não ocorreu nenhuma aprovação de desinvestimento, embora alguns jornais – como a Folha de São Paulo – tivessem noticiado a venda de ativos, como campos de petróleo.

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