A direção do Sindipetro Bahia e os trabalhadores da UO-BA iniciaram nesta segunda (01\08), 0h da manhã, a greve decidida nas assembleias – por 64% dos trabalhadores – nos campos terrestres, em defesa dos direitos e dos empregos dos trabalhadores do Sistema Petrobrás, particularmente dos que hoje estão lotados na UO-BA. Greve essa que, também, ocorre no Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Ceará.
Na OP-CAN, de acordo com o diretor André Araújo, até o momento não houve troca do turno e o pessoal do administrativo está retornando para suas residências. Trabalhadores de empresas contratadas também não tiveram acesso à área e os caminhões da Guindaste Brasil estão parados, não havendo movimentação de óleo para o Parque São Paulo.
Araújo lamenta apenas que “alguns operadores Pelegos tenham se sujeitado a dormir nas Estações, em condições indignas, inalando H2S (gás sulfídrico), vendendo a dignidade por míseras horas extras” . Porém, os caminhões da Guindaste Brasil estão parados, não havendo movimentação de óleo para o Parque São Paulo.
Segundo o coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, a venda dos campos terrestres à iniciativa privada resultará em grandes prejuízos para a classe trabalhadora e para os municípios situados no entorno desses campos.
“Com essa greve estamos tendo a oportunidade de barrar esse desmonte que vem acontecendo com a Petrobrás. Mas para que a nossa ação surta efeito, precisamos contar com a participação de todos e todas” afirma Deyvid.
Em Santiago, no Campo de Água Grande, e em Miranga, não ocorreu a rendição dos turnos nem do setor administrativo e o movimento transcorre de forma tranquila. Segundo o diretor da FUP e do Sindipetro Bahia, Paulo César, “a categoria petroleira está apoiando a greve, pois está se conscientizando do momento crítico que a empresa está passando com os desmontes e as privatizações”.
Na área do administrativo de Araçás, os 3 ônibus voltaram, não tem ninguém trabalhando. O diretor Santiago aguarda negociação para manutenção de um poço.
Durante a greve, a Segurança Patrimonial, o setor de saúde e equipes de manutenção de emergência estão sendo liberadas. “Acabamos de liberar uma equipe para fazer reparos de uma linha de produção de gás em Miranga, que está tendo vazamentos”, informou o diretor da FUP e do Sindipetro, Leonardo Urpia.
Neste primeiro dia de greve, as empresas Guindastes Brasil, PERBRÁS, TPC, MANSERV, ELFE, JPNOR, CONTERP E CONSEGUP não entraram nas unidades. “Essas empresas fornecem mão de obra para atividades fim da Petrobrás e não respeitam seus funcionários nem as leis trabalhistas, muitos colaboradores têm quatro meses sem receber salários, por isso não vamos permitir que essas empresas realizem qualquer tipo de serviço durante a greve”, ressalta o diretor George Arléo.
Segundo a assessoria jurídica do sindicato, na notificação de greve o Sindipetro cobrou da Petrobrás a discussão do contingente e produção, conforme determina a Lei de Greve. E mais uma vez a empresa não respondeu, mais uma vez preferindo trabalhar com equipe de contingente, sem condições adequadas, em alojamentos improvisados e em total desrespeito à Lei de Greve.
A garantia dos empregos e direitos da categoria está nas mãos de cada um dos petroleiros. O sindicato não pode fazer nada sozinho e sem a participação dos trabalhadores enfraquece, perde força.
Fortaleça seu sindicato, fortaleça sua categoria. Participe dos piquetes nos horários administrativos e em seus respectivos turnos.
Fonte: Sindipetro Bahia
http://www.sindipetroba.org.br/novo/noticia.php?id=6891