Depois da gigantesca rejeição da proposta de acordo coletivo de trabalho feita pela Petrobrás (onde o reajuste estava abaixo da inflação, corte de pagamento de hora extra e turno de trabalho) a diretoria da Estatal continua uma tentativa de aproximação com os funcionários para conseguir o apoio da maioria e tentar evitar a greve que já está sendo planejada democraticamente.
O descontentamento com o programa da venda de ativos (Plano de desinvestimentos de US$ 34,6 bilhões entre 2015 e 2018) e a proposta do acordo coletivo, recusada pelos petroleiros, já são motivos mais do que suficientes para a categoria se unir e não aceitar o desmonte da Petrobrás e a desvalorização dos funcionários.
A estranha aproximação do presidente-executivo, Pedro Parente, a exemplo das cartas enviadas por e-mail e assinadas apenas pelo primeiro nome e os encontros presenciais para responder perguntas é a nova forma de comunicação. Você já parou pra refletir sobre isso? O que Parente deseja expressar para você, além do apoio dos funcionários para implementação das mudanças na companhia?
Para Deyvid Bacelar, coordenador geral do Sindipetro Bahia e ex representante dos empregados no Conselho de Administração da Petrobrás em 2015, “O processo de comunicação que a empresa está fazendo é coisa de guerra mesmo. Está tentando estabelecer um vínculo de aproximação da alta administração com os trabalhadores, afim de obter a confiança da categoria para depois seguir com o plano de desinvestimentos”.
Porém, é importante lembrar que Parente declarou que a empresa cedeu aumentos superiores à inflação no passado e que não poderia fazer isso agora, devido a situação financeira da empresa.
“A greve neste ano é inevitável, mas ela está sendo construída para que no momento adequado possamos deflagrar. O horizonte ainda não temos definido, tanto estrategicamente quanto por conta da necessidade de maior conscientização dos petroleiros”, explicou Bacelar.