Defender a Petrobrás é defender o Brasil”. A frase, repetida diversas vezes, em coro, por centenas de pessoas que lotaram o auditório Jorge Calmon, na Assembleia Legislativa da Bahia, ditou o tom do Debate Público, que aconteceu na manhã desta segunda-feira, 14, em Salvador.

10452372_10205555170707570_7141569585025860178_nCom camisas e macacões cor de laranja, os trabalhadores da Petrobrás deixaram claro que estão dispostos a lutar e não vão permitir o desmonte da empresa e a venda dos campos terrestres do Nordeste e Espirito Santo. Todos demostraram ter orgulho da Petrobrás, que “não é uma simples empresa, mas um patrimônio público”.

O Debate reuniu também representantes dos movimentos sociais e sindicais, parlamentares a exemplo do deputado estadual Rosemberg Pinto (PT-BA) e do deputado federal Davidson Magalhães (PCdoB-BA), dentre outros.
Estavam presentes também diretores da FUP, diversos Sindipetros, FNP, CUT e CTB. Além do ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. Mesmo tendo sido convidados, os representantes do governo do estado e da Petrobrás não compareceram.

Ao final do evento foram tiradas propostas que serão encaminhadas de imediato (leia abaixo), assim como ficou decidido que os parlamentares da Bahia irão participar de todas as audiências públicas que serão realizadas nas cidades onde estão instalados os campos terrestres.1601012_10205555261309835_9102078000568992278_n

Diante da importância e gravidade do assunto, o coordenador da FUP, José Maria Rangel, informou que a Federação transferiu a reunião da sua direção para Salvador durante essa semana. José Maria defendeu o combate à corrupção, “uma pauta antiga dos movimentos sindicais e sócias”, e criticou o “espetáculo midiático” que tomou conta do Brasil e o custo social da operação lava Jato, que, “está levando o país, de forma orquestrada, à inércia”.

Ele também garantiu que os sindicatos vão intensificar a resistência à entrega do patrimônio público à iniciativa privada.

O Secretário Geral da FNP, Adaedson Costa, afirmou que “a Petrobrás é uma empresa que não se destina apenas ao lucro dos acionistas, ela foi forjada na luta e criada com uma finalidade social”, por isso, diz ele “os brasileiros precisam ter a consciência que defender a Petrobrás é defender a soberania nacional.”

76577_10205555256269709_6827262949824330311_nPara o ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, a pressão será fundamental para que o governo perceba que vender os campos terrestres não vai mudar a situação da empresa, mas vai criar um gigantesco problema social nas regiões petrolíferas”.

Ele também afirmou que acelerar os leilões do Pré-sal nesse momento é um crime de lesa- pátria”.

O coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, lembrou a série de ações já desenvolvidas pelo Sindipetro Bahia para tentar barrar o processo de desmonte e privatização da Petrobrás na Bahia.

Ele citou também os inúmeros prejuízos que serão causados aos trabalhadores e aos municípios com a venda dos campos terrestres.

E afirmou que a FUP e sindipetros filiados têm alternativa para a financiabilidade da Petrobrás, mas é preciso que o governo federal cumpra o seu papel como acionista majoritário e aporte capital na empresa.

Ao finalizar a sua fala, Deyvid conclamou a união de todos para evitar o desmonte da Petrobrás e a venda dos campos terrestres.

Propostas aprovadas no Debate Público

  • Criação de uma sub-comissão em defesa da Petrobrás na Assembleia Legislativa da Bahia
  • Convocação de todas as Assembleias Legislativas do Nordeste para fazer parte da luta contra o desmonte da Petrobrás e contra a entrega do Pré-sal e a venda dos campos terrestres.
  • Convocar os governadores e prefeitos das áreas onde há exploração de petróleo para criar a Frente do Nordeste em Defesa da Petrobrás.
  • Solicitar reunião com o governador do Estado da Bahia, Rui Costa.
  • Solicitar reunião com a presidente Dilma Rousseff
  • Solicitar reunião com o presidente da Petrobrás, com a participação de governadores e lideranças políticas.
  • Elaborar Carta Aberta, por estado, direcionada aos governadores, contra a decisão da Petrobrás de vender os campos terrestres.

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