Por PC
Todo esse debate que está sendo feito agora sobre a exploração nos campos terrestres já foi feito e aprofundado nos seguintes eventos:
- Audiência Pública na Assembleia Legislativa (2 vezes)
- Seminário do CREA-BA e UPB (União dos Prefeitos da Bahia.
Em todos eles a participação da categoria, dos políticos (deputados, vereadores e prefeitos) e demais autoridades foi pequena, para um tema de tanta importância para a economia da Bahia, do Nordeste e para a vida das pessoas.
Entretanto, em todos esses eventos a ABPIP esteve presente na pessoa do Senhor Anabal.
Conheço-o de longas datas, desde que era gerente da Perbras na Bahia.
Além disso, fizemos reuniões sobre essa questão com parlamentares, assessores e o atual governador e senador da Bahia Rui Costa e Otto Alencar, respectivamente, e no próprio Congresso Nacional.
Temos vídeo que produzimos e distribuímos para todos os Senadores, quando a ABPIP e a APON, espertamente, conseguiram incluir num PLS sobre a Cessão Onerosa, que estava sendo votado no Senado, uma emenda (submarino), através de parlamentares ligados a essas empresas.
Nessa emenda havia a previsão da Petrobras pagar a União, pela Cessão de áreas do Pré-sal, através da devolução à ANP, de campos maduros, terrestres e marítimos.
Apesar de todo nosso trabalho, a emenda foi aprovada, mas, conseguimos, através do líder do governo no Senado, da Secretaria Geral da Presidência e da Casa Civil, que o presidente Lula a vetasse.
Argumentos e conclusões que usamos em todos esses debates e trabalhos realizados:
- Não haverá geração de postos de trabalho e sim uma mera substituição da mão de obra, pois a quantidade de trabalhadores para fazer a operar os campos terrestres será a mesma, seja nos serviços diretos ou auxiliares, seja os trabalhadores próprios da empresa, seja os terceirizados;
- O que vai mudar substancialmente, para pior, será a renda, benefícios e direitos dos trabalhadores que operam esses campos, prejudicando o comércio e a economia locais, principalmente se os trabalhadores da Petrobras forem realocados para outros estados e ou atividades;
- Não haverá aumento de investimentos, pois nenhuma empresa sozinha ou em consórcio tem a capacidade de investimento da Petrobras;
- No médio e longo prazo a produção terá um declínio maior que o atual, pois além dos campos estarem mais maduros, os investimentos em novas tecnologias de elevação, estímulo dos reservatórios vai diminuir, seja devido à menor capacidade econômica dessas empresas seja pela falta de expertise e pesquisa. Elas não têm um Centro de excelência como o Cenpes, nem técnicos experientes e preparados e não podem arriscar muito para testar os poços com novas tecnologias, pois, sempre há o risco de o teste matar o poço, o que a Petrobras consegue absorver mas, uma pequena ou média empresa, não conseguirá;
- Com redução de investimentos, com menor qualidade de mão de obra, com menos tecnologia dessas empresas privadas, a produção cairá mais rápido, assim como, a arrecadação dos municípios produtores;
- Sem a estrutura logística da Petrobras para o tratamento e escoamento do petróleo bruto até as refinaria e ou navios, essas empresas terão que fazer parceira com a Petrobras para fazer contrato de aluguel, cessão ou comodato dessas instalações, aumentando o seu custo (EIAs, ETO,s, ECOMPs, dutos, terminais, etc.);
- Com esse aumento de custo, essas empresas irão reduzir, ainda mais, a remuneração dos seus empregados e dos contratos de terceirização de mão de obra para manter a sua margem de lucro;
- Às comunidades perderão os investimentos sociais que a Petrobras faz nessas localidades (Mova Brasil, Menor Aprendiz, Biblioteca na Escola, etc);
- Os municípios do Recôncavo Baiano perderão os investimentos da Petrobras na sua infraestrutura (Estradas, eletrificação, hospitais, escolas, delegacias, viaturas, etc);
- Os acidentes com os trabalhadores, mortes e mutilações vão aumentar;
- Às agressões ao meio ambiente e os acidentes ambientais vão aumentar e a proteção ao meio ambiente diminuir (Projeto Tamar, Baleia Jubarte, etc);
- Os acionistas da Petrobras serão prejudicados, pois a empresa perderá a participação numa fonte de lucro garantida já que, o investimento nesses campos e proporcionalmente e bem menor que nos demais campo, pois, toda a estrutura e capacidade instalada já está feita e totalmente amortizada (paga) e a produção, mesmo declinante, ainda gera uma boa receita por vários anos.
Os campos terrestres no Nordeste e no Norte Capixaba, produzem 200 mil bpd. Multiplique isso por 30 dias, depois multiplique o resultado por U$ 30,00 e finalmente multiplique esse novo resultado por R$ 4,00 e teremos um faturamento bruto de R$ 720 milhões por mês.
Qual empresa no Brasil ou no mundo, que tem um faturamento bruto mensal desses vai entrega-lo, de mão beijada, para outra empresa???????
Portanto, o pequeno, médio, grande acionista, não pode aceitar essa doação e deve entrar na justiça contra a União, o acionista majoritário, se esse crime contra os acionistas for feito.
Tudo isso pra que????
Abrir um novo nicho de oportunidade de lucro fácil para as empresas privadas, em detrimento dos empregos, das comunidades, da qualidade de vida, da arrecadação, da saúde, educação, etc, etc, e…..
Para que, os políticos, seja de direita, centro, centro direita, centro esquerda ou esquerda que ajudarem essas empresas a conquistarem essa nova fonte de lucro, possam ter suas campanhas eleitorais financiadas por essas mesmas empresas.
Lembrem-se sempre: Oficialmente e legalmente a Petrobras, suas Subsidiárias, controladas ou coligadas, bem como, as demais estatais, de economia mista ou não, e empresas públicas ou permissionárias de serviço público incluindo as permissionárias privadas, não podem contribuir, financiar, ajudar, divulgar, etc, etc, campanhas eleitorais.
Portanto, vamos voltar à carga e fazer a disputa de opinião na sociedade.
Infelizmente, nosso “Calcanhar de Aquiles” continua sendo a comunicação com a sociedade.
Toda essa divulgação que o Estadão deu para a nossa matéria sobre a desativação e a saída da Petrobras da área de sondagem na Bahia, tem um único objetivo: formar opinião junto à população, no seguinte sentido:
Já que a Petrobras está parando ou reduzindo suas atividades e investimentos na sondagem e na exploração e produção de petróleo nos campos terrestres da Bahia e do Nordeste, porque não entrega-los para as empresas privadas opera-los, garantindo assim, a manutenção dos empregos, da renda e da arrecadação dos municípios produtores.
Mais uma vez, será uma luta de “Davi contra Golias”.